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Bolha, bolhinha, bolhão.

Bolha, bolhinha, bolhão: o quanto a sociedade do consumo de conteúdo por relevância nos torna cada dia mais fechados e indisponíveis ao diálogo.

Recentemente, durante uma aula de Especialização que eu ministrava para uma turma super engajada da UFBA, emergiu uma discussão que transcendia o nosso conteúdo de comunicação, marketing e branding e abraçava discussões ainda mais abrangentes e até filosóficas: compreendendo que vivemos num mundo com excesso de estímulos e uma produção de conteúdos e comunicação intensa, avaliar e selecionar a relevância do que iremos consumir se torna cada vez mais importante.

Nessa perspectiva, as plataformas digitais desempenham um papel determinante nisso tudo, trazendo um personagem que tem sido a bola da vez nas discussões de marketing digital: o tal do ALGORITMO.

Basicamente, ele entende o que a pessoa gosta de consumir, e entrega cada vez mais daquele mesmo tipo de conteúdo para ela, de modo que o que ela recebe seja cada vez mais relevante dentro da perspectiva individual dela, com o objetivo de que o conteúdo seja sempre interessante e consequentemente, fazendo com que ela passe cada vez mais tempo dentro da plataforma. É um ciclo vicioso de consumo – entrega de conteúdos altamente personalizados – mais consumo e assim sucessivamente.

Mas qual o problema disso tudo? Estamos cada dia nos fechando mais e mais em nossas pequenas bolhas digitais. Se apenas recebemos aquilo que gostamos de consumir, onde ficam as outras perspectivas? Pois é. Não ficam. E assim, acabamos fechando a nossa visão e tornando-a cada dia mais obtusa e focada num único ponto de vista.

Como consequência, temos uma sociedade menos aberta ao diálogo – porque simplesmente deixa de o praticar mesmo – e que se fecha em suas próprias pautas e bolhas, que são cada dia menores.

Como já diria Lulu: assim caminha a humanidade… mas pra onde essa caminhada está nos levando? Será que nos tornaremos menos tolerantes, mais fechados e reclusos em nossos clusters de amigos que apenas concordam conosco? Onde fica o debate? Onde fica a contraposição de ideias?

Num mundo de bolhas, a polaridade só tende a aumentar, e a tolerância tende a baixar… como furamos essa bolha? Que possamos refletir sobre isso e cada vez mais nos dispormos a transcender essas barreiras que só nos afastam e diminuem nossa capacidade de argumentar, debater, conhecer outros pontos de vista, aprender com o outro e consequentemente, evoluir como pessoas e como sociedade.

Por: Maria Brasil

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